As quatro operações. Ou devo dizer três?

Ah, a Matemática.

Essa sempre foi a mais difícil das matérias, aliás, exatas em geral sempre me trouxeram problemas. Mas a matemática nos acompanha diariamente, e no meu caso a companhia é incompleta.

Vamos aos fatos: Temos quatro operações fundamentais na matemática, e uma delas sempre passou longe dos meus dias. Adição, divisão e multiplicação são minhas fiéis escudeiras. Eu somo e multiplico sorrisos, paixões, amizade, amor, insistência, ciúmes, ansiedade e confiança. Divido segredos, sonhos, insegurança. 

Mas é claro que falta a subtração nessa história toda, e a cada dia eu tenho mais certeza de que ela é uma desconhecida.

Uma das minhas metas: Aprender a subtrair.

Gosto de acreditar que uma adaptação a subtração tornaria tudo diferente: Melhor e duradouro. Oh não! Aqui estou eu mais uma vez utilizando a adição, e explico o porque: Se meu pensamento fosse menos positivo do que é, eu cogitaria o contrário. Então as expectativas seriam menores, assim como as frustrações, preocupações, lágrimas, atrasos e o maldito estresse.

Acho mesmo que vou começar a praticar subtração ainda hoje, ou amanhã. Não, nada de adiar. Nada de aumentar o prazo para X ou Y. Quero diminuir as horas aproveitando-as ao máximo, ao invés de deixar para depois e ver números passando distante dos meus olhos, sem jamais me alcançarem porque a impaciência foi multiplicada e me levou pra longe. Nada de dividir (tantos) problemas com as pessoas, ou tornar algo muito maior do que já é formando a tal tempestade em copo d’água. Diminuir isso é bem mais fácil, saber dosar é essencial. 

No fim das contas, o que é fundamental na Matemática é ainda mais fundamental na vida. 

 

 

Rebobinar, ou …

Tenho pensado sobre os últimos anos.

É quando me flagro pedindo – ainda que involuntariamente -, para voltar no tempo. Não peço isso para algo ou alguém em especial, acho que direciono o pedido ao Universo, ou apenas questiono a mim mesma a razão da impossibilidade de regressar.

E voltar pra que afinal? Adiantaria algo? O pensamento é basicamente: Se eu pudesse voltar no tempo, juro que faria tudo diferente. Por favor, me leve de volta. Faça com que eu acorde e perceba que ainda estou naquele dia. Se isso fosse mesmo possível, será que as coisas seriam mesmo diferentes? Talvez, mesmo por outro caminho, eu acabasse exatamente onde estou hoje.

Houve certa época em que eu estava com A, então B reapareceu na minha vida e fez uma enorme bagunça nos meus sentimentos. No fim das contas, não fiquei com nenhum dos dois porque conheci C. Um ano depois, eu e C rompemos. Alguns meses depois, conheci uma garota que se tornou uma grande amiga e me apresentou a D, com quem fiquei alguns meses até perceber que não funcionaria. Mais uma vez caí nos braços de A, e por não saber ao certo o que sentia (de novo) deixei de lado. Depois disso tudo conheci E, que tornou-se um golpe quase que fatal e fez com que eu usasse F para esquecer a dor, ou eliminá-la. Em vão.

Se eu pudesse voltar no tempo, deixasse a indecisão de lado e fizesse tudo diferente, como estariam as coisas? Eu estaria com A este tempo todo? Ou teríamos terminado e eu teria conhecido E? Isso no fim das contas é irrelevante, porque estamos falando de duas pessoas. Uma delas pode não conseguir agir de outro modo e é nesse instante que voltamos à estaca zero.

É como dizem e faz total sentido: Tudo o que vivemos é válido. Não importa se bom ou ruim, é aprendizado em todo caso.

Se a vida fosse um Game seria diferente, bem diferente. Eu poderia voltar fases ao me dar conta de que tinha deixado passar algo. Buscar alguma saída alternativa que modificasse toda a situação. Seria fácil, mas ao mesmo tempo entediante saber quão previsíveis eram as coisas, e no fundo, sei que os desafios são fundamentais. Coisas de fácil acesso nunca são as melhores escolhas, o difícil atrai de uma forma inimaginável – mesmo que também não seja o melhor – e sempre teve um fascínio extra sobre mim.

Com isso, posso concluir que apesar das queixas, dos questionamentos, das dúvidas, de A,B,C,D, E e F,  apesar desses e de tantos outros apesares, eu não voltaria no tempo.

Novo ano.

Os ponteiros do relógio atingiram mais uma vez o número doze. As pessoas cumprimentam-se e desejam “Feliz Ano Novo” umas as outras. Mas a alegria refere-se ao início do que é tido como novo ciclo, ou ao fim do último? Se for a segunda opção, o ano com certeza teve algo de ruim ou os objetivos simplesmente não foram atingidos. Então a mudança é comemorada ao redor do Mundo e bilhares de promessas são feitas, planos… Ah, chegamos ao ponto: Novos planos. Será que acontecerão exatamente como idealizados? Será que os trezentos e sessenta e cinco dias serão suficientes para tal? Quem sabe.

Falando de forma pessoal, posso dizer que uma das promessas foi cumprida. Planejei dar início a um Blog no novo ano (aquele velho clichê de coisas novas). Um Blog para policiar os meus atos, que como descobrirão em breve, fogem ao padrão – se é que há um de fato.

Bem, aqui estou.

Não me importarei de atingir uma ou mil pessoas, o que importa mesmo é ter um lugar para despejar as situações que me acompanham, sem ter que esconder a cara. No auge dos meus vinte anos, não tenho a menor ideia do que quero para o “futuro”. Acho que é algo superestimado demais e é exatamente por isso que tento não planejar tanto, como é mesmo que dizem? Sem expectativas, sem frustrações. Faço uma auto-análise vez ou outra, buscando uma porcentagem qualquer de mudança na minha forma de agir e pensar comparada aos últimos anos. Encontro pouca coisa, pouquíssima, aliás.

A maldita Indecisão encontrou refúgio nessa garota (ou devo dizer mulher? Pouco importa o termo.) e mudou-se de vez trazendo consigo o companheiro infame de todas as horas, aquele que chamamos de Medo. Os dois filhos da puta dão as mãos diariamente e começam a torturar o coração tolo e a confundir a mente.

Mudanças, mudanças. Espero ter acesso a elas um dia, até lá tentarei atingir o tal objetivo: Vicejar.