Once Upon a Time…

Não, não me refiro a Série – ótima diga-se de passagem. Esse título retrata de certa forma a minha vida um ano atrás.

Eram sonhos, projetos, expectativas e muita, mas muita coragem. Até hoje ouço de algumas pessoas: “Quão corajosa você foi ao viajar assim do nada, ao se arriscar sem saber o que encontraria pela frente”. Mas esse é o ponto. O risco. Sempre segui tudo ao pé da letra e mantive a minha vida nos eixos, sempre pacífica, sempre acenando e sorrindo, porém cheguei a um ponto em que muita coisa estava envolvida, a minha busca pelo amadurecimento, a monotonia, o stress que a cidade grande causava, os relacionamentos frustrados, tudo isso somado à minha enorme vontade de rodar o Mundo, conhecer novas pessoas, dar a cara aos ventos Vienenses e me abrir ao novo.

Então lá fui eu, conheci algumas famílias através do AupairWorld, conversei com algumas e acabei optando pela minha família em Klagenfurt. Mas essa é a parte da história que muitos de vocês sabem.

Eu assumo que o começo não foi nada fácil. Nesse tópico fica o meu imenso agradecimento à minha mãe e às minhas amigas pelo suporte, atenção e broncas quando faziam-se necessárias. Porém, devo confessar que exagerei na maioria das minhas lamentações e não me envergonho de falar isso.

Me desculpem, mas atire a primeira pedra quem nunca se sentiu estranho em um lugar novo por mais maravilhoso que fosse. É tudo diferente. Absolutamente tudo! E não me refiro somente ao clima, ao ar, ou às pessoas, falo do convívio mesmo, dos hábitos, a forma de lidar com as situações, a distância e saudades da família. Imagina um pacote com tudo isso caindo direto no colo de alguém que nunca passou mais que 1 semana longe da mãe? É um filme de terror! Mas no meu caso, foi um filme que mudou completamente a minha forma de enxergar o Mundo.

Nas minhas primeiras semanas, eu costumava trabalhar 11-12 horas por dia – ou mais. No final do dia eu estava exausta e tudo o que eu queria era tomar um banho e dormir para estar de pé no dia seguinte às 06:00 am. Isso tornava-se tarefa difícil ao ouvir da minha Host que as crianças estavam dormindo no meu quarto, na minha cama e que ela não queria acordá-los naquele momento. – respira, acena, sorria e espera – Acabou tornando-se uma espécie de mantra diário por um tempo. Quando eu conseguia entrar no meu quarto, já passava das 11:00pm e era hora de falar com a minha família e com os meus amigos, estávamos em Dezembro e há 3 horas de diferença.

No meu primeiro final de semana em terras Européias, fui conhecer a Itália. Essa viagem estava programada desde Outubro/14, eu tinha feito um amigo Italiano e ia me arriscar em novos solos. Foi uma viagem breve, de vistas panorâmicas, comida fascinante, pessoas interessantes e tudo o que a Itália tem a oferecer.

Voltei a Áustria, e durante a minha segunda semana não coloquei os pés fora de casa. Todos diziam: Saia! Vá conhecer gente nova. Pare em um bar qualquer e puxe conversa com qualquer pessoa. Eu até tentei, no ônibus voltando do curso de Alemão, puxei conversa com uma menina que estava sentada ao meu lado. Foi a primeira Austríaca que eu conhecia e falava inglês sem dificuldade. A conversa foi ótima até descobrir que ela tinha só 17 anos. E voltei para a minha Host Family.

As minhas crianças eram adoráveis. Meigas, espertas, falavam português melhor do que Alemão, pois a Au Pair anterior também era brasileira e a minha Host também falava. Não consigo dizer que gostava mais de um do que de outro, tive fases com cada um deles, e as aproveitei ao máximo.

Na minha terceira semana, conheci uma vizinha brasileira, que se tornou uma espécie de anjo da guarda enquanto eu estava lá. Toda vez que batia aquela saudade da comida Brasileira era como se ela adivinhasse, pois me ligava chamando para almoçar com ela. Quando eu não precisava fazer hora extra, era a melhor hora do dia, degustar um dos pratos típicos de mãe que a Angela fazia.

Na mesma época conheci uma outra brasileira que já era amiga da Angela, essa era a minha fada madrinha moderna, sábado à noite “The Claddagh”, “Stadtkrämer” e alguns outros bares na região, conseguiam fazer a semana cansativa valer a pena. E dessa forma, fui conhecendo pessoas novas.

No Natal, eu tive a minha primeira experiência com a neve! Acordei com um barulho assustador, que na minha mente tratava-se da guerra dos clones, ou algum avião perdendo o controle ao lado da minha janela. Saltei da cama por volta de 5:30 am para uma das cenas mais fascinantes que eu já tinha presenciado. O barulho era na verdade um Schneepflug, nome dado a um carro responsável por tirar a neve das ruas e das estradas, para que haja a circulação, de outro modo é impossível. E a neve estava lá, caindo sobre as árvores ao lado da minha janela, eu já estava louca para colocar as minhas botas e desbravar aquele fenômeno. Era dia 24 de Dezembro, e o meu dia tinha começado bem com aquela cena, até perceber que eu estava longe de casa e que nunca tinha passado o Natal sozinha.

Não posso negar que a minha Host foi incrível, uma vez que eles não comemoravam o Natal e fariam aquilo por mim. Montamos uma árvore, decoramos, fizemos um banquete, mas ainda assim eu me sentia incompleta. Acho que fui acumulando uma série de acontecimentos, o lugar, a distância, a saudade, o fim do curto relacionamento com o Italiano, que até aquele ponto era a pessoa mais próxima, e outras coisas menores. Mas aí caiu a ficha, percebi onde eu estava, a chance que tinha nas mãos, e resolvi extrair o melhor daquilo.

Fizemos a nossa Ceia, e por volta de 09:00pm eu já estava no quarto, pronta para falar com as pessoas no Brasil e dormir. Meus amigos nem tinham começado a Ceia ainda, estavam nos preparativos, enquanto a minha tinha chegado ao fim. Era engraçado e ao mesmo tempo solitário. Mas voltamos ao ponto: Olhe onde você está Danni! Não jogue essa chance fora.

Na semana que antecedeu o Ano Novo, dei o melhor de mim com um mega sorriso no rosto. A minha turma de Alemão estava em Férias de Inverno e eu pude colocar o idioma em prática nas ruas, supermercados, padarias e no dia a dia. Então veio a tão esperada noite de ano novo.

Não demorei muito para decidir o que usaria, no final das contas teria um casaco imenso e botas de neve para acabar com qualquer produção. Saí de casa pouco depois das 10:00 pm, sem saber para onde iria. Havia um pequeno agravante: às 4:00 pm o dia já havia desaparecido e começava a escurecer, as ruas em Klagenfurt eram desertas e sair em uma rua daquelas em São Paulo seria o mesmo que suicídio. Mas eu fui. O lugar me passava tranquilidade. Andei por uns minutos, meus pés afundavam nas grossas camadas de neve ao longo do caminho, até que eu me perdi. Olhei no celular e faltavam 30 minutos para 00:00, eu não fazia ideia de onde estava e só me restava andar até chegar a algum lugar antes do ano virar.

Continua…

 

 

 

 

Voltando para o Brasil – Por 90 dias.

Depois de duas semanas, finalmente escrevo de novo. Acho que no fundo eu estava esperando por esse Post, fosse ele positivo ou negativo.
Eis que o negativo ganhou, mas pra cada coisa ruim temos uma boa, é o que dizem certo?
Pois bem, não consegui o meu visto de um ano aqui – ainda, e estou voltando para o Brasil por 3 meses. Não se assustem, agora estou tranquila até porque após esse prazo eu voltarei e vai ficar tudo certo.
Quando saí do Brasil pra cá, eu ainda não falava Alemão, então vim já matriculada em um curso e com uma família certa como eu já disse em Posts anteriores. Porém, a política para concessão de visto para Au Pair ou Estudante aqui na Áustria, EXIGE que eu não apenas fale mas também apresente um certificado que comprove as minhas horas de estudo.
Como eu tinha 3 meses como turista e meu primeiro curso duraria apenas 2, decidimos que eu faria o curso aqui e ao final dele receberia o certificado para dar entrada no visto com pelo menos um mês de antecedencia.
Infelizmente não foi o que aconteceu. Minhas aulas tiveram um atraso de quase um mês, isso implicou também no término do curso e entrega do certificado. Eu o recebi ontem e achamos que não teria nenhum problema mesmo com o prazo curto. Estávamos enganadas.
Hoje, ao chegar ao órgão responsável (BH), a Senhora responsável pela documentação apenas se deu ao trabalho de olhar o meu passaporte e me explicar (em alemão) que seria impossível solicitar quando eu tenho apenas mais 1 semana como turista no País, isso porque o visto demora pelo menos 2 semanas para chegar e nesse prazo eu estaria Ilegal.
Tanto eu quanto a minha host ficamos com cara de “Já era”. E não teve mesmo nada para ser feito. Saímos de lá e sequer conseguimos falar uma com a outra de tão abaladas. Foi um choque pra nós duas, tínhamos tantos planos e não esperávamos algo assim.
Ela foi resolver outras coisas com as crianças e eu voltei pra casa. Mandei mensagens para os meus amigos e família no Brasil informando sobre a minha volta e claro, ninguém acreditou. Mas é real gente, estou voltando.
Porém … Por 3 meses apenas. Essa parte explicarei com prazer!
Quando se está em Território Schengen (que pra quem não sabe é uma seleção de Países que possuem um acordo com o Brasil, onde qualquer brasileiro pode ficar durante 90 dias dentro do território) e não se tem um visto específico, após ficar os 90 dias dentro do território – independente do País, você tem que obrigatoriamente sair do território por mais 90 dias e só depois pode regressar por mais 90. Confuso? OK, a cada 180 dias consecutivos posso ficar 90 dentro de qualquer um desses Países. Continua em dúvida? Vamos ao exemplo:
Cheguei em Frankfurt no dia 05.12.14 e recebi um carimbo no meu passaporte com essa data, o que me dá direito a viajar/permanecer no Território Schengen por 90 dias. Portanto, não precisei e nem conseguiria um novo carimbo para as viagens que fiz nesse meio tempo (Austria, Itália, Holanda), por também serem Países Schengen.
Mas, no próximo dia 04.03 esse prazo chegará ao fim.
– Ah Danni, é só ir para um País que não seja Schengen e voltar 1 dia depois para conseguir outro carimbo, certo?
Não, errado. Quando o carimbo vence, eu não posso simplesmente sair e voltar para o território, eles vão me barrar – Ok, algumas pessoas conseguem mas é 1 em cada 100 e precisa ter sorte. Sendo assim, eu preciso ficar 90 dias fora do território e só depois ingressar de novo, assim terei mais 90 dias.
– Vai pra outro País (não schengen) e trabalha lá 3 meses ao invés de voltar pro Brasil.
Eu poderia, e uma das minhas amigas até sugeriu isso. Mas é complicado nesses outros Países porque alguns – como a Irlanda que era uma opção, não possui visto de Au Pair e seria um trabalho ilegal. A Inglaterra é ainda pior, a imigração de lá é uma das piores e o visto teria que ser solicitado no meu País de origem, prefiro descartar.
Portanto, a solução óbvia e mais adequada no momento é voltar pra terrinha por esse tempo e em Junho retornar para a Austria, até porque já tenho toda a documentação e falo um pouco do tal Deutsch. Aí é só levar tudo no BH de novo e voilá, visto pronto!
Minha host Family vai ajudar com tudo, isso me motivou ainda mais, por saber que não estou sozinha nessa.
Então é isso, dia 04 eu tô saindo daqui, com uma mala pequena porque não faz sentido levar todas as minhas coisas. Deixarei quase tudo aqui.
Depois disso, Austria que me aguarde por um ano (finalmente).

Um super beijo, e até o Brasil! HAHA

Curiosidades e Utilidades – Klagenfurt

Nem sei quantos posts estou devendo, mas gente o tempo está mega curto por aqui esses dias.
Hoje farei um post sobre as coisas legais/curiosidades da cidade onde moro atualmente.
Klagenfurt – capital da Caríntia, é uma cidadezinha pitoresca no Sul da Aústria, com mais ou menos 100.000 habitantes. Fica na borda da Itália e da Slovenia. A atração da cidade é o Lago Wörthersee – que ainda não fui conhecer por pura falta de tempo, mas quando eu for postarei uma foto.
E essas são informações que você consegue no tio Google, tia Wikipédia e variados. Vamos ao que interessa:
Transporte – Meu primeiro contato com o transporte público da cidade aconteceu logo após eu sair da estação de trem com meia tonelada de malas. Eu estava acostumada com os ônibus lotados dia e noite em São Paulo, sem ar condicionado e coisas do gênero, com um cobrador sentado – e dormindo na catraca, batendo uma moedinha pra avisar pro “motô” seguir viagem. Aqui os ônibus são bem diferentes, porém semelhantes aos de Curitiba.
É padrão: 3 entradas. Dianteira para aqueles que não possuem o cartão ou bilhete válido e precisam comprar um novo com o motorista (não tem cobrador meu povo!). Você paga € 2,10, ele aperta um botão e sai de lá um papelzinho mágico que te dá direito a pegar quantos ônibus quiser dentro de 60 minutos. Na porta do meio existem dois botões na parte externa, que podem ser acionados caso esteja com um carrinho de bebê (meu caso), ou em outras situações. Isso ajuda bastante. Mas claro que tanto por essa porta quanto pela traseira, entram pessoas que tem o cartão e vão passá-lo na máquina para contabilizar os 60 minutos ou as que tem o bilhete ainda válido. Lembrando que, o valor cobrado no cartão é menor que o valor pago em espécie, €1,40.
A parte estranha disso tudo é o fato de não haver uma catraca. Exatamente, não tem. Mesmo que você entre pela porta da frente não terá que passar em catraca nenhuma. Aconteceu comigo de entrar normalmente e sentar para procurar as moedas – que sempre perco. Nisso, comecei a conversar com uma guria e quando percebi era a minha parada. Corri e desci do ônibus, só depois lembrei que não tinha pago. Mas isso também pode ser perigoso porque embora não tenha esse controle padrão, existem controladores em toda a cidade que podem pegar o mesmo ônibus a qualquer momento e solicitar o seu bilhete. Eles conferem para ver o horário e se estiver tudo ok, ótimo. Se você não tiver o tal bilhete ou cartão para ele conferir na máquina e comprovar, meu(a) amigo(a) você terá que desembolsar € 60,00 Fischer’s pelo abuso. “Ah e se eu não tiver? Vai me obrigar?” Sim, vai. Desde pegar teu passaporte e anotar, fazer cópia, envolver polícia e etc. Ou seja, não tente dar uma de esperto, principalmente no centro e região.
Fora isso, os ônibus são bem confortáveis. Todos os bancos são acolchoados, possuem aquecedor, locução entre uma estação em outra. E você nunca ficará pendurado na porta devido a quantidade de pessoas.

BIPA – Ah, como fazer esse post sem mencionar a BIPA? Essa perfumaria é o resumo daquele Slogan batido: “Pensou em amor, pensou em BIPA”. As coisas lá são extremamente baratas, tipo um perfume desses importados que vocês costumam pagar centenas de reais e eu posso comprar pela bagatela de € 20,00, ou aquele rímel dos sonhos que não sai nem se você cortar os cílios por € 4,00. Além disso, você também pode revelar fotos digitais lá e pagar € 0,39 por foto, ou fazer o cartão de cliente BIPA pra ter descontos ainda maiores. Não dá pra explicar muito por aqui, só vendo pra crer gente.

Shopping Center – Mesmo sendo uma cidade pequena, nós temos sim um shopping center e com uma variedade imensa de lojas. Eu mesma fiz umas aquisições incríveis mesmo com grana curta em uma loja chamada Forever 18. Bolsas que custam no máximo € 12,00, cachecóis e luvas entre € 1,00 e 3,00, tricots por € 8,00, botas por € 15,00 e assim caminha a humanidade. Quando o assunto envolver presentes, temos uma loja de variedades chamada Nanu Nana, também a Thalia e outras. Tem de tudo também. E eu não podia esquecer, tem também uma loja chamada Chocolate onde eles fabricam um chocolate – ah vá, exclusivo e com preço camarada, vale muito a pena conferir caso queira se deliciar ou presentear alguém – só não presentei babacas, por favor. Agora se você é ryco(a) – diferente de quem vos escreve que vive com salário de au pair, poderá fazer a festa em lojinhas como Louis Vuitton, Chanel, Swarovski.. Sonho meu!

Mc Donalds/Café – Eu não sou a maior fã de Mc donalds, mas confesso que nos primeiros dias aqui ele me salvou. Demorei para me adaptar à rotina da família – se é que já me adaptei, e por isso sempre corria lá pra comer algo. O preço é muito bom: Hamburguers por € 1,00 e € 2,00, caixa com Nuggets por € 3,00, e combos por € 5,00 e € 6,00. O mesmo vale para o Mc Café, que fica no mesmo lugar e os preços não excedem € 6,00. Vale a pena dar uma conferida.

WIFI – A maioria dos restaurantes, cafés, lanchonetes e espaços públicos fechados possuem Wifi. Inclusive a parada de ônibus da Estação de Trem. Mas no Mc Donalds por exemplo, por algum motivo nunca consigo conectar. Nos outros, a senha é a primeira coisa que peço ao chegar. Ah, importante: Wifi aqui é conhecido como WLan.

Bollwerk – É a única balada da cidade. Temos diversos Pubs excelentes aqui – sou fã dos Pubs Irlandeses, do Valentin’s e do Miguelitos, também com música, adoro a maioria. Mas balada mesmo, com direito a DJ, “Putz, Putz”, Pole Dance, Pista, Gogo Boys e Girls, a Gretchen – não pera, e todo o resto, só no Bollwerk. Passei a noite de Ano Novo lá, foi onde conheci algumas pessoas com quem saio regularmente. No geral, tem muito adolescente por ser uma balada permitida para maiores de 16 anos, mas se o que você procura é ouvir um som nesse estilo sem se importar com a garotada, é bacana. A entrada custa € 5,00 e as bebidas não são tão caras. Tem Wlan/Wifi.

Ah, uma observação o que chamamos de “Feira Livre” no Brasil, acontece todas as quintas pela manhã e tem de tudo: Menos gente gritando que 1 kg de banana custa R$ 2,00. Sério, é muito diferente do que estamos acostumados. Ah, não sei se isso é da época de vocês leitores, mas eu quando criança assistia uns desenhos tipo Tom & Jerry e os personagens vez ou outra colocavam uma garrafas fora de casa e no dia seguinte havia leite nelas. Eu sempre quis fazer isso, e agora eu faço porque aqui é assim (na feira). \o/

Isso é tudo por enquanto, existem muitos lugares da cidade que ainda não conheci e assim que o fizer, teremos um novo post. Vejo vocês em breve, obrigada por acompanharem. Abaixo algumas fotos. Super beijo!

Feira no Centro

Feira no Centro

Mc Café :D

Mc Café 😀

ônibus hehe

ônibus hehe

Parada de ônibus - Minha parada

Parada de ônibus – Minha parada

Feira Livre

Feira Livre

Coisas que comprei na BIPA pra testar e não custaram nem 5 Euros.

Coisas que comprei na BIPA pra testar e não custaram nem 5 Euros.

Perfumaria do amor!

Perfumaria do amor!

Ônibus

Ônibus

Teatro no Centro

Teatro no Centro

Catedral no Centro

Catedral no Centro

Shopping Center

Shopping Center

Shopping Center - Interno

Shopping Center – Interno

Mesa do Bar 80s

Mesa do Bar 80s

Irish Pub

Irish Pub

Mc Donalds

Mc Donalds

Ahhh, compras <3

Ahhh, compras ❤

Shopping Center - Externo

Shopping Center – Externo

Host Family – Parte 1

Hallo!
Eis que o post de Segunda Feira acabou sendo adiado para Quarta. Ou devo dizer Quinta – já que são 01:14 am.

E hoje, vou escrever um pouco sobre a minha rotina aqui, inclusive nos primeiros dias, e falarei sobre a família.

Lembram-se de que no post anterior eu comentei que a família era composta por 5 pessoas, 2 adultos e 3 crianças mas que a príncipio eu seria responsável por apenas 2? Então, não.

Comecei a minha rotina na manhã seguinte à minha chegada. Acredito que não só o primeiro dia, mas a primeira semana em si é a parte mais complicada.

Você está em contato pela primeira vez com crianças que até então só tinha visto por foto ou webcam, a forma como te olham é quase como se dissessem: Quem é essa estranha na minha casa? Quanto tempo vai ficar? Por que ela está sorrindo tanto pra mim?

Mas aos poucos, você vai ganhando a confiança. Seja com uma brincadeira boba, um carinho ou um presente.

Eu trouxe muitas coisas do Brasil, coisas que a minha Host Mom pediu e que mesmo encontrando aqui são muito mais caras. Trouxe também alguns livros para as crianças, em Português claro. Eu gosto dessa ideia de incentivar a leitura desde cedo, de certa forma isso ajuda no desenvolvimento pessoal.
Combinei com a Host de entregar os livros aos poucos, ou eles iriam abrir todos de uma vez.

Todo mundo sabe como são as crianças ao verem muita coisa disponível, elas vão à loucura.

Então eu comecei a me aproximar. Primeiro, com um dos livros que continha um fantoche comecei a conversar com eles. Só diziam o nome e algumas outras coisas (caso estejam se perguntando, sim eles falam Português, a outra Au Pair era Brasileira e a Host que também fala Português prefere assim. Em pouco tempo estávamos brincando e foi incrível.

Como eu disse acima, sou responsável pelos três. Inclusive pela bebê de 7 meses.
A minha rotina é basicamente – leia teoricamente essa:

8:00 – Acordo, levo-os para fazer as necessidades e começo a brincar com eles, na maioria das vezes no meu quarto;
Tem muita música e muito brinquedo pra eles. Isso é o de menos.
9:00 – Preparo algo para comerem;
10:00 – Mudamos de atividade, mas continuamos brincando.
13:00 – Hora do Cochilo.
14:00 – Hora de acordar
*Umas 4 horas Off*
18:00 – Limpar a Cozinha ou Estender a Roupa.

No começo, era bem complicado pra seguir essa rotina e cheguei a trabalhar 10/12 horas por dia. Fora alguns hábitos que são muito diferentes dos nossos e com os quais ainda estou me acostumando. Acho que farei um post ou categoria entitulada “Coisas estranhas”.

As crianças são lindas. Claro, existem momentos de rebeldia, de choro excessivo, e não direi que é fácil porque eu sei que não é, mas a sensação de conter os ânimos mesmo quando eles estão impossíveis, é gratificante no final.

Agora as coisas estão melhorando, mas não continuarei com essa família por questões profissionais que vocês entenderão em breve.
Essa rotina acaba me impedindo de tomar café ou fazer as minhas refeições com a mesma frequência do Brasil. Nesse um mês e 10 dias, perdi 6 kilos. Uhuuuuu!

Chegamos ao fim desse Post. Tenho muito tempo pra falar sobre muita coisa ainda, e já adianto que aceito sugestões.

Um beijo enorme Galerês, vejo vocês em breve!

My Boys <3

My Boys ❤

Baby Girl

Baby Girl

O meu processo

Eu sei que prometi uma postagem antes do Ano Novo, mas quando digo que as coisas aqui estão corridas, é porque estão REALMENTE corridas. Do tipo, ter 10 segundos para compartilhar uma foto e olhe lá. Uma das minhas promessas de 2015, foi não prometer nada enquanto for Au Pair, porque olha .. Mas pretendo fazer 2 posts semanais.
No último post, detalhei a minha chegada na Alemanha e depois a recepção da minha Host Mom. Vou falar mais a respeito dos acontecimentos posteriores (detalhadamente), mas antes quero explicar como funcionou todo o meu processo para cruzar o Oceano.
Pensei em ser Au Pair muitos anos atrás, mas a decisão mesmo só veio depois de cogitar inúmeras formas de dar um tempo do Brasil, de me aventurar pelo Mundo e conhecer tudo o que fosse possível. Então, pensei em trabalhar à bordo de Cruzeiros Marítimos e talvez até o faça daqui há alguns anos, quem sabe? Mas pensei, pensei, pensei mais um pouco – pensar é algo que faço com bastante frequência, e então cheguei à conclusão de que queria ser Au Pair, na Europa.
Muitas agências brasileiras oferecem esse tipo de Intercâmbio para inúmeros Países, posso até relacionar algumas abaixo. Mas eu, optei por uma agência diferenciada chamada “Conta Própria”. É isso mesmo. Eu me cadastrei em um site de Au Pairs bem conhecido, chamado Au Pair World. Ele tem como foco principal a Europa, mas também tem Países como Austrália, Canadá, EUA.
Optei pelo site por razões práticas e financeiras. Primeiro, porque nas agências você tem que obrigatoriamente estar habilitada e eu por pura preguiça não emiti a minha CNH. Segundo, porque a agência inclui taxas onde não existe e no fim das contas boa parte do Pocket Money não cobre os gastos. E terceiro, a espera. Quando você fecha com uma agência, precisa preencher um Application, ter horas comprovadas de trabalhos com crianças e mais um milhão de documentos. Isso tudo leva tempo e só depois você fica Online para as famílias.
Ok Danni, mas sem agência não há tanta segurança e bla bla bla. Claro, porque está todo Mundo tão seguro no Brasil né? Gente, parem de assistir novela. Sim, tráfico humano existe, trabalho escravo também existe. Mas eu conheço pessoas que fizeram a mesma coisa e estão muito felizes, ricas, casadas com seus respectivos Sheik’s – ta bom, sem os Sheik’s, mas a questão é: Tem sim muitas famílias Fakes, principalmente em uns dois sites que me cadastrei antes desse e até hoje eles me mandam emails com salários absurdos de tipo 1000 euros por mês, 1 kid, 2 carros pra você, um boy magia ou dois .. Enfim, tudo golpe. Mas é pura questão de bom senso pra sacar né?
Fiz meu cadastro no Au Pair World, preenchi alguns dados, coloquei umas fotos com crianças e escrevi três “cartas”. A minha descrição conforme solicitação do site, a minha expectativa e a minha carta para a família. No mesmo dia, procurei todas as famílias compatíveis com o meu perfil e enviei mensagens pra algumas. Uma dica pra quem optar pelo uso do site: Selecionem as melhores e mais compatíveis famílias para enviar mensagens, porque existe um limite de envio e quando você menos esperar, o site te barra e você só pode enviar após algumas daquelas famílias responderem (muitas não respondem e você precisa esperar duas semanas para voltar a disparar seu currículo do amor). Outra dica, não mandem a famosa mensagem automática do site. Diferenciem-se. Escrevam um texto curto e personalizado para cada família, dessa forma elas sentirão que você quer realmente fazer parte daquilo. Comigo sempre funcionou.
Então, encontrei a primeira família. Parecia perfeita:
Local: Austrália (WOW)
Família: 5 pessoas
Kids: 2 (um bebê e uma menina de 3 anos) e o filho adolescente que não precisaria dos meus serviços
Responsabilidades: O bebê não ficaria tanto comigo, só eventualmente. Eu seria responsável apenas pela menina. A mãe trabalhava em tempo integral e o pai também, mas ela ficava meio período na escola – período esse em que eu iria estudar, então seria tranquilo. Não precisaria fazer tarefas domésticas (housework), apenas eventualmente ajudar na fazenda com os cavalos e os cachorros – muito amor, ainda me arrependo por não ter ido.
Jornada de Trabalho/Pocket Money: Eu trabalharia 5 horas por dia de segunda a sábado ou 6 horas por dia de segunda a sexta -para totalizar as 30 horas semanais e receberia 150 Dólares Australianos por semana.
Se era bom? Era ótimo e eu ia mesmo fechar com essa família. Mas então comecei a pesquisar o procedimento de visto pra lá e há um tipo específico que eu poderia utilizar para ficar por um ano, o que outras Au Pairs utilizaram. Mas infelizmente o nosso Brasil não está dentro do acordo. Eu também precisaria dirigir e a emissão da minha CNH demoraria muito, eu não estaria com tudo pronto em 3 meses. E também, o fato de a Austrália embora lindíssima ser distante de tudo não ajuda muito.
Então enviei um e-mail sofrido agradecendo-a por me escolher, mas que infelizmente eu não daria continuidade este ano por motivos particulares, mas que poderíamos tentar para o ano seguinte – vai que o Brasil consegue uma brecha :D.
Cerca de uma semana depois, uma outra família entrou em contato comigo – sim, eles entraram em contato. E aqui estou eu.
Local: Áustria (não tem Kanguru aqui meu povo, parem com isso)
Família: 5 pessoas
Kids: 2 (dois meninos de 3 e 2 anos), embora houvesse também uma bebê de poucos meses pela qual eu NÃO SERIA responsável.
Responsabilidades: Ficar com os meninos no período da manhã ou a tarde conforme combinado, praticar outros idiomas com eles e ajudar com algum trabalho básico de casa (básico, básicoooo).
Jornada de Trabalho/Pocket Money: Eu trabalharia 5 horas por dia de domingo a sexta para totalizar as 30 horas semanais e receberia 200 euros + 50 euros (por praticar idiomas com as kids) + 50 euros (por ajudar na casa) + 50 euros (por fazer meu trabalho bem feito). Ok, 350 euros por mês com o Euro em alta, nada mal. E eu poderia fazer alguns trabalhos eventuais assim que aprendesse um pouco de Alemão. Fora casa, comida, roupa lava.. não, eu teria que lavar a minha roupa, mas nada de despesas extras com Internet, telefone. Tudo por conta da família.
Então .. Match!
Vamos para a parte legal.
Como muitos sabem é permitido ficar na Europa por até 90 dias sem visto, mas é claro, você precisa provar que tem grana pra se manter durante esse tempo, assim como um lugar para ficar.
Na Áustria há um visto específico para Au Pair. Dois na verdade, um de 6 meses que você pode solicitar no Brasil mas não pode prorrogar, e um de 1 ano que deve ser solicitado diretamente na Áustria com alguns documentos “legalizados”.
Corri atrás da minha certidão de nascimento e por não ter sido emitida em SP, tive que mandar para o Itamaraty em Brasília junto com o meu atestado de antecedentes criminais. Contei com a ajuda de um despachante porque esses documentos poderiam levar até 30 dias para voltar, então sem chance. Com o despachante, recebi os documentos de volta em 4 dias.
Com eles em mãos, fui ao consulado da Áustria e solicitei a legalização para obtenção de visto em território austríaco. Elas concederam, paguei 80 Euros e poderia retirar no dia seguinte. Assim o fiz. Mas estava ciente de que por não ter o visto, teria que dizer na imigração que estava indo a turismo e por isso utilizei um método muito comum nesses casos.
A família pagou a minha passagem e o valor será descontado mês a mês. Apesar de não ter sido tão cara, já que conseguimos uma promoção bacana.
Sim, tenho muita coisa pra falar ainda. Sobre a família, o trabalho, sobre essa nova vida e as curiosidades da minha atual cidade.
Mas isso fica pra outro dia. Amanhã à tarde FINALMENTE vou pra Vienna, e essa viagem será decisiva com relação aos meus próximos meses na Áustria.
Deixo aqui alguns links que podem ajudar.
Até mais galerê! Até o próximo post (Segunda-Feira haha).

Links:

http://www.aupair.com/pt – Para Infos sobre o programa de Au Pair na Europa. Essa é a página de Portugal pra facilitar, mas tem para todos os Países.

http://www.itamaraty.gov.br/index.php?lang=pt-br – Site do Itamaraty para infos gerais sobre permanencia em outros Países.

http://www.portalconsular.mre.gov.br/legalizacao-de-documentos/ – Também Itamaraty, mas a parte de legalização de documentos. Ah, se precisarem de despachante eu posso indicar o que me ajudou. Bom e Barato.

http://www.edreams.com.br/ – Site onde encontrei minha passagem. Claro, tem diversas opções como Decolar, Submarino, e etc.

http://consulados.com.br/ – Para encontrar o consulado do País para onde desejam ir. Sério, eu recomendo sempre obter informações direto no Consulado antes de qualquer coisa.

http://www.ci.com.br/trabalhar-no-exterior/au-pair – Uma das agências que possuem o programa de Au Pair para a Europa.

https://www.aupair-world.net/ – Site magia. HAHA

Terras de Sissi – Intro

Hallo leute!

Eu já sei que devo um milhão de desculpas por demorar tanto tempo para postar de novo. Tudo está tão corrido desde que cheguei aqui, que nem sei bem por onde começar, mas finalmente aqui estou eu.

Cheguei à Klagenfurt há exatos 25 dias, em uma noite não tão fria quanto essa (-8ºC nesse momento :D) mas que ainda assim teve um contraste absurdo com a minha vida 24 horas antes de entrar naquele avião.

Saí do Brasil no dia quatro de Dezembro à noite, e tenho que admitir: Não foi nada fácil me despedir das pessoas que amo. Pessoas que eu talvez reencontre um ano depois, talvez mais, quem sabe?

A parte mais difícil foi abraçar a minha mãe e ter que dizer pela primeira vez, em 21 anos o temido “Tchau.”, porque aquele não era o habitual, aquele me fez sentir um nó na garganta apenas por saber que não iria para casa com ela naquela noite. Aquele tchau que fez com que um filme passasse pela minha cabeça com as imagens de tudo aquilo que eu com certeza sentirei falta. Mas ao mesmo tempo, me trouxe uma maravilhosa sensação de: Finalmente, cheguei até aqui! E garanto, é inigualável.

Sobre o meu trajeto, bem, só tenho elogios para a companhia aérea Lufthansa. Foram maravilhosos do início ao fim da viagem, sem mencionar é claro a comida excepcional!

O meu vôo teve um atraso de aproximadamente 30 minutos por conta do mal tempo em São Paulo. Cheguei ao meu primeiro destino (Frankfurt – Alemanha) por volta de 10:50 am ­horário local. Foram 11 horas e 30 minutos de vôo, mas não foram nem de longe cansativas. Talvez por conta da minha ansiedade em descobrir esse novo Mundo.

Depois de desembarcar tive que passar pela imigração Alemã. De certa forma, aquele era um dos momentos mais temidos, até porque se qualquer coisa desse errado, se por qualquer motivo implicassem comigo lá, eu não teria outra opção além de voltar para o Brasil.

Então lá fui eu para a fila da imigração. Na minha frente, tinha uma moça que passou no primeiro guichê e por alguma razão .. foi barrada! Pobrezinha, não parava de chorar. Nessa hora fiquei com o coração ainda mais apertado. Até que chegou a minha vez.

Para a minha sorte, não foi o mesmo senhor carrancudo (o que não liberou a moça) que me atendeu, mas sim um rapaz que devia ter pouco mais que 25 anos (gato!). Talvez por ser jovem ou simplesmente ter ido com a minha cara, o nosso diálogo foi muito mais simples do que eu esperava. Postarei a conversa porque sei que muitas futuras au pairs também temem esse momento. Foi mais ou menos assim:

– Hallo, guten tag!

– Hallo madam – seguido de algo em Alemão que não entendi e não lembro.

– Can you speak english please? – com o maior sorriso sem graça

– Oh yes, sure! Where are you going? – sotaque arrastado

– Oh, right! I’m going to Klagenfurt. I have a ticket for the train leaving from MainStation. – com toda a minha euforia e simpatia brasileira

– Austria? Hmm, nice! What you gonna do there?

– Tourism, visit friends. – Atenção para essa parte: Precisei dizer isso porque o meu visto de Au Pair deveria ser emitido diretamente aqui na Austria, mas se ao passar pela Alemanha eu tivesse dito que estava vindo para ser Au Pair e não apresentasse o visto ou algo que comprovasse isso legalmente, eles iriam encrencar com toda a certeza, mesmo eu tendo toda a documentação do consulado austríaco no Brasil para emitir o visto aqui. Se alguém vier pra cá com a mesma finalidade, vai entender.

– Ok. Can you give me your passport please?

– Sure.. – com a maior poker face/interrogação do mundo! Estava esperando ele pedir a minha carta de acomodação que a família havia providenciado, meu ticket, minha carteira para ver se eu tinha cash suficiente, meu manequim, meu telefone … enfim, nada disso aconteceu. Fiquei triste pelo telefone, mas acontece.

Entreguei o passaporte. Ele carimbou, me devolveu, deu um sorriso e:

– It’s all ok! Have a nice day and nice travel Madam.

– Thank you very much. Nice day.

Yaaay, consegui!

Depois disso, fui pegar a minha bagagem rezando para estar tudo do jeitinho que despachei. Estava aterrorizada com um possível extravio, mas quase pulei de alegria ao ver tudo lá.

Além disso, um funcionário do aeroporto me ajudou com o carrinho das malas e me levou até a saída para que eu pegasse o táxi. Fiquei impressionada com o fato das pessoas (algumas) na Alemanha serem tão gentis. Mudei totalmente o meu ponto de vista, sério.

Cheguei à estação de trem e finalmente consegui falar com a minha família e amigos. Depois, fui a um café maravilhoso (quase 1:00 pm, porque ainda não estava acostumada com o fuso e estava faminta), conversei com umas pessoas, que ao saber a minha nacionalidade ficaram extremamente empolgadas.

Peguei o meu trem, que contrastou imensamente com os trens de São Paulo aos quais eu estava acostumada, tamanho conforto e segurança. Viajei por 9 longas horas até Klagenfurt, e ao chegar na estação lá estava a minha Host Mom.

Muitas pessoas aqui usam bicicletas e outros meios de transporte no dia a dia, o que é o caso da minha Host Family, então a Host Mom me colocou em um ônibus, me disse exatamente onde descer e nos encontramos na parada 20 minutos depois.

Cheguei à minha nova casa temporária. Foi uma sensação tão estranha, mas em poucos minutos lá estava eu tirando o necessário das malas para dormir e começar a trabalhar no dia seguinte. Sim, dia seguinte às 7:00 am.

Nesses 25 dias, muita coisa aconteceu por aqui. Conheci lugares, pessoas, hábitos (estranhos demais), coisas que parecem bobas mas não são, e pretendo compartilhar tudo isso com vocês. Mas não quero que esse post fique mais longo ainda ou escreverei pelo resto da madrugada.

Estamos há 1 dia e alguns minutos do novo ano. Prometo que amanhã postarei algo, talvez resumindo as minhas tarefas na casa e contando algumas curiosidades da cidade, sobre o meu Natal longe de casa ou sobre a minha viagem à Itália na primeira semana aqui (melhor acontecimento até o momento).. Ahhh, tanta coisa rs.

Mas sim, farei meu post de último dia do ano.

Vejo vocês em breve. Bis bald.

P.S. Algumas fotos do início da viagem: BR x AL

Saindo do Brasil.

Saindo do Brasil.

Yayyy .. To nazoropa! - Chegada em Frankfurt

Yayyy .. To nazoropa! – Chegada em Frankfurt

Hallo Taxi! - Frankfurt

Hallo Taxi! – Frankfurt

Centro de Frankfurt

Centro de Frankfurt

Centro de Frankfurt

Centro de Frankfurt

Centro de Frankfurt

Centro de Frankfurt

Aeroporto de Frankfurt

Aeroporto de Frankfurt

Links úteis:

http://www.lufthansa.com/br/pt/Homepage

Novo capítulo

Comecei esse Blog com um intuito bem diferente. Na verdade, pretendia utilizá-lo para compartilhar as minhas crônicas e um ou outro desabafo. De fato, haverá um tópico para textos desse gênero, afinal acredito que não me faltarão histórias a partir de agora. Obviamente, existem coisas e acontecimentos que devem ser guardados só para mim. Talvez para serem anotados em um diário no qual não escreverei com frequência, talvez para virarem um livro – não custa sonhar, ou talvez somente para serem lembrados vez ou outra.

O mais engraçado é que o título do Blog sempre foi “Vicejando” – Que para quem não sabe é sinônimo de crescer, evoluir (…), e vicejando soa quase viajando, o que define perfeitamente a minha vida agora.

(mimimi, vou parar de enrolar)

Nos últimos meses, alguns acontecimentos me fizeram tomar uma decisão que, embora cogitada há mais de 5 anos, veio de forma abrupta e inesperada. Não é todo dia que você acorda decidido(a) a deixar para trás tudo o que tem e todos aqueles que conhece, assim como o seu País de origem e aventurar-se em terras estrangeiras.

É isso então. Dentro de dez dias estarei dentro de um avião que me levará de encontro a aquilo que sempre busquei: Aventura, descoberta e principalmente liberdade!

Não me interpretem mal quando digo liberdade. Sempre a tive no sentido literal e talvez isso me faça sentir ainda mais falta da minha mãe do que já estou sentindo, antes mesmo de colocar as últimas peças de roupas na mala. Mas eu me refiro a uma liberdade de espírito, ao amadurecimento e a tantas outras coisas que com certeza não terei se continuar estagnada como estou nesse momento.

A cada dez pessoas, duas ou três me julgam louca. Seja por desistir da Faculdade quando fiz praticamente um ano de Cursinho ininterrupto. Seja pelo fato de eu abandonar o emprego que paga as minhas contas. Seja por ir pra Europa – porque é um absurdo (oi?). Na verdade, acho que os comentários e críticas devem-se a um pouco de cada coisa que mencionei, mas a principal talvez fuja um pouco dos parâmetros. Talvez a minha coragem de abrir mão de tudo isso, leve essas pessoas a acreditarem que não estou pensando claramente. Bem, o que posso fazer a respeito? Ah sim, respeitar a opinião de cada um, mesmo que essa opinião seja: “Ela está indo se prostituir” – parece absurdo, mas a minha mãe recebeu uma ligação de (pasmem) um familiar que disse mais ou menos isso, porém com mais sutileza.

Não, eu não vou me prostituir e não eu não vou casar com um cara trinta anos mais velho, para cair fora do País. Vou trabalhar pesado, disso tenho plena certeza.

Muitas meninas e meninos saem do conforto de casa achando que vão trabalhar como Au Pair’s* e que encontrarão o Paraíso. Eu sou marinheira de primeira viagem, mas ainda vivo no Mundo real e sei que não é bem assim. Sei que terei dificuldades para conciliar uma jornada de trabalho/convivência com uma nova família/estudos. Mas também sei que me adaptarei a tudo isso. É uma questão de tempo.

Meu destino: Áustria. Nível de certeza sobre essa mudança: Porra, sou Libriana. Meio difícil falar disso.

O que vem a seguir: Continue lendo!

*Au Pair – Nome bonitinho para Babá lá na Zoropa, States e Afins.

Sem definição.

Leio muito. Muito mesmo. E os mais diversos gêneros. Mas acho incrível como de certa forma, não me encontro em nenhum destes livros, em nenhum dos curtos textos ou das crônicas.

Claro, muitas vezes – na maioria delas, me identifico de alguma forma com os personagens. Já tive muitas fases justamente por causa deles. Hermione, Savannah, Allie, Luna, Lizzie, Lucy e tantas outras já fizeram parte dos meus dias, por vezes quis me tornar uma delas e isso de certa forma servia como uma válvula de escape da minha realidade.

Posso ler Martha Medeiros todos os dias e ainda assim não encontrarei nada que fale realmente sobre mim, embora me identifique com muitos dos textos dela isso acontece sempre de forma depreciativa, já que encontro os erros cometidos diariamente e penso: Que merda! Por que faço isso?

E aí entra a minha pergunta: Cadê a texto sobre alguém que já passou da fase adolescente e está no meio termo para a fase adulta, que é inteligente para tantas coisas e um poço de burrice para outras, que mostra todos os dias para a sociedade um sorriso entre uma e outra piada, mas que no fundo de si as lágrimas mal cabem e insistem em transbordar quando e com quem não devem, que é fascinada por essa coisa chamada amor, mas no fundo tem medo de amar,  e a característica principal: Quando se permite amar e ser amada, antecipa a possível dor e sofrimento que isso poderá lhe causar e acaba por atrair exatamente o que pensa para os dias futuros.

Sim meus caros, eis aqui a descrição de uma Libriana com ascendente em Aquário e emocional em Peixes que não sabe lidar com as peças que a vida insiste em lhe pregar e sempre atrai aquilo que pensa, atribuindo isso a um sexto sentido inexistente ou que só existe na sua mente. Eis aqui uma pessoa que sabe onde erra, sabe os principais pontos do erro e os admite, mas mesmo assim não desiste de fazer tudo errado de novo, e de novo. Eis aqui, uma pessoa que sempre consegue atrair o drama porquê de certa forma acha-o necessário, mesmo que o mínimo, mas não se contenta com o mínimo. Quer o máximo, sempre. O máximo das pessoas, dos relacionamentos, de felicidade, de confiança, de ausência, de desconfiança, de tristeza, de atenção, de altruísmo, de egoísmo, de dedicação, de ciúmes. O problema na verdade é querer tudo ao mesmo tempo, não conseguir dosar isso e no fim das contas deixar-se afogar em meio às próprias vontades, aos próprios desejos e os próprios caprichos.

E mesmo nesse texto, escrito por mim com a inútil tentativa de tentar me descrever, isso jamais será possível. Porque no fim das contas, nem eu mesma sei se há uma descrição para a Dannielle.

Como tudo deve ser

Ultimamente as coisas estão dando tão certo que chego a me assustar. Não absurdamente certo, mas comparada aos últimos anos, esta é uma ótima fase.

Pela primeira vez em anos, consigo encontrar um percentual mínimo de exceções e contras. Enquanto os prós vicejam lindamente.

Meu lado sentimental está em pleno êxtase! Conheci uma pessoa incrível (fiz uma breve introdução sobre ela dois posts atrás). Quando digo incrível, quero dizer incrível MESMO. Exceto pela distancia, ainda não encontrei nada que o desabone. Muito pelo contrário.

Minha relação familiar deu uma guinada. Estou mais próxima de todos os lados da família, como se o vínculo estivesse muito maior. Exceto pelo meu pai que cobra constantemente a minha atenção, os outros estão satisfeitos com o pouco que dedico a cada um deles.

Minha carreira acadêmica vai finalmente sair do lugar (I hope so). Resolvi me dedicar ao Cursinho Pré-Vestibular. Sim, é tarde e eu tenho plena consciência desse fato. Eu tentei investir em Publicidade há pouco mais de um ano e… Não era a minha praia! Logo se levarmos em consideração a minha facilidade quase nula de tomar decisões, e o meu histórico de coisas inacabadas, está em tempo. Exceto é claro por ter aberto mão de outras atividades e de duas horas de sono. Que bom que o esforço compensa (right?)

A parte profissional é uma incógnita pois ainda não sei onde vai dar. Mesmo. Meu chefe me “atribuiu” novas funções, digamos que o dobro do que eu normalmente fazia. O tal corte de funcionários. Ok, exceto pelos lobos em pele de cordeiro, vou sobreviver.

Eu tenho total convicção de que todos esses setores estão sujeitos a mudanças, crises e tudo o que possa elevar o nível dos contras sem aviso prévio. Posso acordar um belo dia e ver que tudo acabou, ou só uma das fases. Afinal, tudo nessa vida tem começo, meio e fim (as vezes pula do começo para o fim, mas ok).

Justamente por isso o lema permanece o mesmo: No alarms and no surprises, please (espero que depois dessa semi-explicação, não me perguntem o que me levou a tatuar/qual o significado dessa frase. Por falar nisso, preciso retocar!).

Por hoje, é isso. Amanhã, sei la. E que tudo seja exatamente como deve ser.

Breve desabafo

Uma vez me disseram, que o medo te aproxima do que você teme. Essa é uma verdade das grandes.

Eu não posso falar muito a respeito, já que esse fulano vive ao meu lado. Mesmo assim, eu faço o possível e o impossível para manter o pensamento positivo e isso é uma coisa boa pra se fazer a respeito.

A verdade é que sempre fui insegura em todos os tipos de relacionamentos. Essa falta de confiança teve início por volta dos meus cinco anos, quando encontrei na pasta de trabalho do meu pai uma foto em que ele estava na cama com a amante dez anos mais nova.

Na época eu não sabia o que significava aquilo, mas tinha certeza que tratava-se de algo ruim pois fez a minha mãe chorar durante toda a noite e nos dias seguintes. Passei a entender a dimensão da coisa após uns dois anos, e não entendia como os dois conseguiam continuar sob o mesmo teto e dormindo no mesmo quarto, quando tinham os olhos vazios. Como se odiassem profundamente um ao outro mas precisassem manter aquilo. Ah, o famoso casamento de aparências que conheci bem mais tarde.

Por isso não foi tanta surpresa quando após uma jogada errada, em uma mesa errada, num dia errado o meu pai perdeu tudo o que nos restava e eles se separaram. Desde então somos só eu e a minha mãe, claro que um ou outro namorado eventual que surgia na vida dela, que coincidentemente nunca dava muito certo. Por vezes eu questionei se era uma maldição de família e se eu teria o mesmo destino dela, até porque eu sempre soube da verdade: Ela não se casou com o meu pai por amor. Não aquele amor que as pessoas dizem tirar o fôlego. Ela só amou assim uma vez, e o destino resolveu interferir tirando a vida dele um dia depois do noivado. Foi onde o medo surgiu, assim como a total descrença no amor.

Com isso acabei ao longo do tempo empurrando pra longe pessoas boas, e isso deixou um enorme remorso dentro de mim. Há alguns meses, eu dizia que essa coisa de amor era banal, que as pessoas acreditavam amar porque queriam amar e que monogamia era para os fracos. Ora, o próprio Raul dizia: Quem gosta de maçã irá gostar de todas, porque todas são iguais. Talvez seja isso mesmo, e talvez existam as exceções. Eu disse isso mesmo? Sim, disse e de hoje em diante prometo a mim mesma não afirmar que algo não existe simplesmente por nunca ter sentido.

Desta vez a coisa mudou. Não tenho mais aquela infinidade de interrogações na cabeça. Apesar de sentir certa insegurança as vezes, eu apenas confio. Ele conseguiu dentre tantas pessoas alcançar essa parte do meu ser que ficou inacessível por tanto tempo. Gosto de saber que tenho um sexto sentido aguçado, mais ainda por saber que ele ainda não se manifestou de forma negativa. Mas claro que tem uma porcentagem bem pequena de medo, escondida dentre tantas sensações fantásticas mas que ainda assim está lá: O medo de cometer o mesmo erro que o meu pai, e apostar todas as fichas em uma jogada errada que me fará perder o que resta.

Podem voltar para os seus afazeres agora, se é que chegaram até aqui.